June 26, 2025

Quem está realmente a vencer a corrida da IA? Não se trata apenas de construir o melhor modelo

Os verdadeiros líderes são aqueles que aproveitam a IA para gerar impacto real no mundo dos governos, nas empresas e na sociedade.

At a glance

Challenge

Solution

Results

Our
AI-generated
summary

Os avanços recentes na Inteligência Artificial desencadearam uma corrida global, com empresas como a OpenAI e a DeepSeek da China a dar passos significativos. No entanto, a verdadeira liderança pode não residir no desenvolvimento dos melhores modelos, mas sim na aplicação eficaz da IA para beneficiar a sociedade e a governação. A China, apesar de ocupar o 31.º lugar em preparação para a IA, está a integrar rapidamente esta tecnologia nos serviços públicos e em grandes empresas como a Tencent e a Lenovo. A confiança pública e o investimento empresarial em IA são também mais elevados em países como a China e a Tailândia. Em última análise, o sucesso dependerá da utilização intencional e impactante desta tecnologia transformadora.

Our AI-generated summary

Our AI-generated summary

Nos últimos anos, assistimos a avanços notáveis no campo da Inteligência Artificial (IA), com a empresa mais conhecida na área – a norte-americana OpenAI – a ocupar muitas das manchetes. No entanto, a concorrente DeepSeek, uma start-up chinesa, atingiu um marco de referência no passado mês de fevereiro, a uma fracção do custo.

Ainda assim, talvez o verdadeiro vencedor desta corrida tecnológica não seja quem cria os melhores modelos, mas sim quem consegue utilizar eficazmente estas ferramentas em benefício do governo, das organizações e da sociedade.

No livro Technology and the Rise of Great Powers, o autor – o professor universitário Jeffrey Ding – investiga a capacidade dos Estados em adaptarem-se com sucesso e disseminarem estas inovações nas suas economias, em contraste com a sua capacidade de serem os primeiros a introduzi-las.

Embora ainda não existam dados globais consolidados sobre a taxa de adoção da IA por país, já é possível observar alguns indícios relevantes. Um exemplo é o Artificial Intelligence Preparedness Index (AIPI), um ranking elaborado pelo Fundo Monetário Internacional que avalia a prontidão de 174 países para adotarem soluções de IA.

Neste mesmo documento, importa referir que a China aparece, surpreendentemente, apenas na 31.ª posição. No entanto, é importante questionarmo-nos sobre como é que o Dragão Vermelho se está realmente a posicionar – e se posicionará – no que diz respeito à usabilidade prática da Inteligência Artificial.

Na realidade, o Estado liderado por Xi Jinping tem-se destacado como um dos principais impulsionadores nesta área. Segundo a revista The Economist, o sector público é responsável por cerca de metade da procura da DeepSeek, utilizando IA para responder a questões dos cidadãos ou localizar pessoas desaparecidas.

E o consumidor final? De acordo com o estudo Edelman Trust Barometer 2025, países como a China ou a Tailândia demonstram maior confiança na Inteligência Artificial, em comparação com economias como os Estados Unidos ou o Canadá.

A integração desta tecnologia também está a evoluir significativamente a nível empresarial. A reconhecida Lenovo (empresa focada em computadores, portáteis e respetivos acessórios), por exemplo, tem vindo a incorporar agentes de IA em duas áreas críticas: engenharia de software e serviço ao cliente.

A Tencent, da China – uma das maiores marcas mundiais nos sectores do gaming, plataformas digitais, serviços financeiros e cloud, entre outros – anunciou, segundo a Reuters, que aumentará o seu investimento de capital em 2025, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento da IA e modernizar a sua infraestrutura. Para além disso, já implementou a mais recente inovação da DeepSeek nos seus produtos-chave, como o WeChat – conhecido como a "super app", por combinar mensagens, pagamentos e redes sociais, contando com mais de mil milhões de utilizadores ativos – e o Yuanbao, o seu assistente de IA proprietário.

De facto, o potencial é tal que estamos a viver uma verdadeira corrida global multidisciplinar, com gigantes tecnológicos e grandes entidades de diversos sectores a reportarem investimentos da ordem dos mil milhões de euros em Inteligência Artificial.

Os roteiros de transformação são rapidamente atualizados para incluir esta tecnologia, muitas vezes impulsionados mais pela urgência de não ficar para trás do que por uma visão estratégica clara. A ansiedade de marcar presença nesta nova fronteira da inovação tornou-se, por si só, uma força motriz para a ação.

Perceber quem lidera verdadeiramente no uso da Inteligência Artificial continua a ser um desafio, e compreender quem conseguirá extrair dela o verdadeiro valor é um desafio ainda maior.

No final, talvez os vencedores não sejam os que criam os modelos mais poderosos, nem os que simplesmente os utilizam, mas sim aqueles que os aplicam com um propósito claro e a capacidade de gerar benefícios duradouros.

Our AI-generated summary

Our AI-generated summary

Leia mais

Leia mais