Our AI-generated summary
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Nos últimos anos, assistimos a avanços notáveis no campo da Inteligência Artificial (IA), com a empresa mais conhecida do setor — a americana OpenAI — dominando muitas das manchetes. No entanto, a concorrente DeepSeek, uma start-up chinesa, atingiu um marco importante em fevereiro passado, a uma fração significativa do custo.
Ainda assim, talvez o verdadeiro vencedor nessa corrida tecnológica não seja quem cria os melhores modelos, mas sim quem consegue usar essas ferramentas de forma eficaz para o benefício do governo, das organizações e da sociedade.
No livro Technology and the Rise of Great Powers, o autor — o professor universitário Jeffrey Ding — investiga a capacidade dos Estados de adaptarem e disseminarem com sucesso essas inovações nas suas economias, em vez da capacidade de introduzi-las primeiro.
Embora ainda não existam dados globais consolidados sobre a taxa de adoção de IA por país, já é possível identificar alguns indícios relevantes. Um exemplo é o Artificial Intelligence Preparedness Index (AIPI), um ranking elaborado pelo Fundo Monetário Internacional que avalia o grau de prontidão de 174 países para abraçar soluções de IA.
Nesse mesmo documento, vale notar que a China aparece, surpreendentemente, apenas na 31ª posição. No entanto, é importante nos perguntarmos como o Dragão Vermelho está de fato se posicionando — e se posicionará — em termos da usabilidade prática da Inteligência Artificial.
Na realidade, o Estado liderado por Xi Jinping tem-se destacado como um dos principais propulsores nesta área. Segundo a revista The Economist, o setor público é responsável por cerca de metade da demanda da DeepSeek, utilizando IA para responder a perguntas dos cidadãos ou localizar pessoas desaparecidas.
E o consumidor final? De acordo com o estudo Edelman Trust Barometer 2025, países como China e Tailândia demonstram maior confiança na Inteligência Artificial, em comparação com economias como Estados Unidos ou Canadá.
A integração dessa tecnologia também está evoluindo significativamente no nível empresarial. A renomada Lenovo — empresa voltada para computadores, laptops e acessórios — tem incorporado agentes de IA em duas áreas críticas: engenharia de software e atendimento ao cliente.
A Tencent, gigante chinesa que opera em setores como jogos, plataformas digitais, serviços financeiros e de cloud, anunciou — segundo a Reuters — que aumentará seu investimento de capital em 2025, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de IA e modernizar sua infraestrutura. Além disso, já implementou a mais recente inovação da DeepSeek em produtos-chave como o WeChat — conhecido como o “super app”, por combinar mensagens, pagamentos e redes sociais, com mais de um bilhão de usuários ativos — e o Yuanbao, seu assistente de IA proprietário.
De fato, o potencial é tal que vivemos uma verdadeira corrida global multidisciplinar, com gigantes da tecnologia e grandes entidades de diversos setores anunciando investimentos na ordem de bilhões de euros em Inteligência Artificial.
As roadmaps de transformação são rapidamente atualizadas para incluir essa tecnologia — muitas vezes impulsionadas mais pela urgência de não ficar para trás do que por uma visão estratégica clara. A ansiedade de estar presente nessa nova fronteira da inovação tornou-se, por si só, um motor de ação.
Entender quem realmente lidera quando se trata de usar Inteligência Artificial continua sendo um desafio — e entender quem será capaz de extrair seu verdadeiro valor é um desafio ainda maior.
No fim das contas, talvez os vencedores não sejam aqueles que criam os modelos mais poderosos nem apenas os que os utilizam, mas sim aqueles que os utilizam com propósito claro e capacidade de gerar benefícios duradouros.